Cuidado! Vêm aí uma mota.
Estou muito contente a andar pelo passeio
quando me apercebo de uma mota a desviar-se por entre as pessoas, uns
obstáculos que teimam em circular por ali. É verdade, em Kuala Lumpur as motas
não param. A circulação é caótica, está muito calor e não há tempo a perder.
Estas listas amarelas no chão parecem uma
passadeira para peões?
Não, para os motoristas que dirigem estas energéticas
motas, é apenas uma forma de ver quem se aproxima no cruzamento.
Para compensar, as pessoas ignoram os sinais pedestres, que apenas persistem uns segundos, e atravessam
por entre os veículos, de uma forma completamente descontraída.
Quando me chego perto identifico uma
condução pela esquerda que, tal como a cidade em si, prime por uma desorganização
assumida e uma lentidão generalizada. Mas não há nervosismos, já ninguém liga
ao trânsito.
Num Proton que já viu melhores dias admirei
uma senhora a alisar os cabelos com um pente prateado. Do outro lado, num Honda
que jamais passaria numa inspeção, um cavalheiro aparava os poucos pelos que
teimavam em crescer no queixo.
Apetece escolher os transportes públicos e a
rede aqui até é interessante. Temos o Mono Real que voa pela cidade, o comboio
que circula pela periferia e ainda autocarros nas principais estações, que nos
levam a áreas que não chegam os restantes transportes.
Mas a verdade é que é tão barato andar de táxi,
que esta se torna numa opção a pensar. Dispensamos RM10, um pouco mais de 2
euros, para uma jornada de vinte minutos.
Devido às histórias que ouvimos sobre taxistas
usamos a plataforma MyTeksi para encontrar um veículo disponível de uma pessoa que,
pelo menos, sabemos o nome. Mas a demora convida-nos a levantar o braço e aí
começa a aventura.
Nesta terra são os taxistas que escolhem os
seus clientes e esforçam-se em orçamentar uma viagem. Entra-se no táxi e
sente-se o ar condicionado a entrar em todos os poros do corpo deixando a pele
arrepiar-se de tanto frio. Como em todos os países tropicais há uma obsessão
pelo ar condicionado. Mas rapidamente me esqueço quando ouço os alto-falantes
despejar melodias aceleradas para contrapor o tráfego.
O obrigada acompanhado de "não tenho
troco" é a despedida destas viagens alucinantes.
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