Ora toma lá um beijinho
De todas as chamadas que fiz para escolas e de
todas as associações que visitei resultaram imensas experiências. Uma delas foi
a minha passagem pela Escola Internacional Joykids.
Tudo começou com uma conversa virtual com a
Diretora. Escrevi-lhe sobre a minha vontade em conhecer a escola, prestar
alguma colaboração ou mesmo criar um projeto. No dia seguinte estava a alongar
esta conversa presencialmente. E dois dias depois já estava a trabalhar na
escola.
Há uma enorme falta de professores e
educadores. São eles que escolhem as escolas mais perto de casa, as que
proporcionam um melhor rendimento ou então as mais conceituadas.
Aqui na Malásia há três tipos de escolas: do
governo, privadas e internacionais.
Nas primeiras as crianças não pagam a escola,
mas o estado apenas permite a entrada de professores locais oferecendo-lhes um
salário reduzido.
As escolas privadas já abrem as portas a
outros professores e cobram um valor para os alunos aprenderem.
Mas a cada esquina encontramos escolas
internacionais que oferecem espaços e materiais prestigiados, inúmeras
atividades desportivas como golf e squash e ainda um currículo internacional,
em troca de valores anuais elevadíssimos. Falam-se várias línguas havendo
sempre uma preferência pelo inglês e o mandarim.
Durante as três semanas que trabalhei na
escola apercebi-me que as pessoas trabalham de uma forma bastante calma sob as igualmente
serenas orientações da Principal, a responsável pela formação dos profissionais
da escola. Todos os dias me perguntava se tinha colegas portuguesas para
Preparamos para o Open House, a abertura
oficial da escola. Os pais retiram os sapatos e entram com os olhos bem abertos
reparando em cada pormenor das salas e questionando cada frase pronunciada. Ora
sobre os materiais Montessori, ora sobre o uniforme, ora sobre os chefs que
confeccionavam a comida asiática, ocidental e vegetariana.
Mas o que mais me encheu o coração foi
contactar com pessoas de todos os cantos do mundo. Os nossos almoços eram
sempre acompanhados com costumes, palavras novas e gargalhadas à mistura.
A primeira vez que me apresentaram uma nova colega,
eu inclinei a cabeça para lhe dar um beijo no rosto e todos estagnaram a olhar
para mim, como se eu estivesse a cometer o maior pecado do mundo. Apesar de eu ter
percebido que o aperto de mão conduzido com um olá seria o suficiente, a minha
cabeça não obedecia e, quase todos os dias, lá procurava um rosto que se
encostasse ao meu.
Semanas depois já todos riam imenso sobre esta
minha faceta beijoqueira.
Até que, no último dia, estávamos todos
eternizar aqueles momentos quando a minha colega Ruby me surpreendeu: Ora toma
lá um beijinho!
A (minha) Martinha já é uma professora Internacional!
ResponderEliminarFoi realmente uma experiência fantástica!
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