Os esquemas de Bangkok
Na cidade
mais povoada da Tailândia e mais visitada do mundo em 2013, encontrei os
melhores esquemas para enganar os viajantes.
Bangkok tem
o ambiente propício: caos instalado, trânsito efervescente, comércio local e
informal, luzes e barulho a toda a hora.
A cidade
não pára e os taxistas também não.
A principal
dificuldade é mesmo arranjar transporte para nos deslocarmos pela cidade.
Ou porque
os taxistas não param perante o nosso braço firmemente esticado.
Ou porque,
quando param, não lhes agrada o local por nós escolhido. Então franzem as
sobrancelhas, abanam a cabeça e seguem o seu caminho solitário.
Ou porque,
quando nos aceitam como clientes, cobrem um valor absurdamente alto. Negociamos
meia dúzia de preços. Pedimos para usar taxímetro. A maioria das vezes em vão.
Ou porque,
quando usam taxímetro, levam-nos a dar uma grande volta pela cidade.
Podemos
tentar o tuk tuk, pensamos. É o transporte mais popular da capital tailandesa. Colorido, divertido e arejado. É uma espécie
de mota com duas rodas atrás. Tem um teto para proteger do sol e umas barras de pouca proteção, um piloto acelarado na frente e os turistas assustados
atrás.
Mas aí a situação complica. Estes motoristas gostam de oferecer
viagens baratas ou mesmo desviar a sua rota para nos mostrar umas quantas lojas
de pedras preciosas por preços convidativos, dizem os entendidos.
Falsas, ficamos a saber mais tarde.
É comum pedir, também, para abastecer o veículo ou contribuir para o
combustível.
Ainda assim, o mais engraçado foi mesmo a paragem repentina numa alfaiataria.
Seis vendedores apareceram junto ao tuk tuk, abriram-nos as portas de vidro e encaminharam-nos
a um provador de fatos, camisas e gravatas. Pegaram nas fitas métricas, nos catálogos
e nos tecidos. Não conseguia parar de rir, mas eles estavam decididos. Tentamos
explicar que não precisávamos de fatos. Tarefa nada fácil.
Cá fora estava o nosso motorista a lanchar com o gerente da loja de
moda.
Mas nem só
de rotas traçadas pelos taxistas vivem os esquemas, também o comércio impera
nesta árdua tarefa de fraudar o turista.
E aqui os
mercados são campeões. Vendedores esforçados por vender e turistas desejosos
por comprar.
Lança-se um
preço inicial exorbitante e arregala-se os olhos por uma nova quantia. Tenta-se
chegar a um acordo. Ouve-se uns gritos, umas gargalhas e uns obrigados. Negócio
fechado.
Um suposto chef
de cozinha prepara uma iguaria tailandesa. Dezenas de pessoas se juntam a avistar
tamanho profissionalismo. Pelo baú de notas, a venda corre bem apesar do preço
exagerado.
Mais à
frente umas quantas senhoras confeccionam a mesmo prato, por uma quantia mais
convidativa. Mas pessoas não param.
Afinal o
segredo é o uniforme a primor.
Apresar de todas estes truques, Bangkok é surpreendentemente
segura. Não há crimes violentos nem roubos, pelo menos à descarada.
É das cidades asiáticas mais receptivas a turistas e repleta
de jóias verdadeiras à espera de serem descobertas. Monges em robes, letreiros
luminosos, graciosa arquitetura, frutas frescas, mercados coloridos e um clima
tropical andam juntos numa feliz coincidência.
Os teus escritos estão cada vez melhores! Continua!
ResponderEliminaradorei bangkok! e lendo a tua descricao tem tudo a ver... tínhamos que regatear sempre o preco do tuk tuk já a dizer que nao queriamos passar por lado nenhum, que tinha que ser directo ao destino. claro que o preco era mais alto! ;-)
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